Vanessa sempre teve uma ligação especial com as artes manuais. Desde cedo, o tricô e o crochê faziam parte de sua rotina, mas foi através da costura que encontrou uma nova paixão e, principalmente, um caminho para a superação e o recomeço.
Formada em Administração de Empresas, trabalhou na área por quase uma década. No entanto, ao engravidar de sua filha Gabriela, tomou a decisão de se dedicar integralmente à maternidade. “Iniciei minha jornada como dona de casa, a mais difícil das profissões”, conta ela. Com o passar do tempo, a vontade de criar algo com as próprias mãos se tornou mais forte, e a costura passou a fazer parte de sua vida.
O momento decisivo veio quando sua filha completou 15 anos. O desejo de confeccionar um vestido especial para a ocasião a levou a buscar conhecimento, e foi assim que conheceu a Escola de Costurar. “Minha maior inspiração para costura foi o aniversário de 15 anos da minha filha”, relembra. Inicialmente, a apreensão de trabalhar com tecidos finos e estruturados foi grande, mas cada peça concluída trouxe uma sensação indescritível. “Cada vez que elas experimentavam as roupas e se alegravam, eu me sentia realizada e com a certeza de que posso continuar”, afirma Vanessa.
Mais do que apenas aprender uma nova habilidade, a costura representou um refúgio emocional. Em 2022, seu filho caçula passou por um procedimento cirúrgico delicado, removendo 20% do cérebro. O período foi desafiador, levando Vanessa a enfrentar um episódio de depressão. “Todos me achavam forte, mas eu estava literalmente um trapo”, desabafa. A oportunidade de aprender algo novo trouxe força e esperança. “Quando pude me associar à Escola de Costurar em 2024, me senti capaz de vestir minha filha nos seus 15 anos e celebrar a vida.”
A jornada não foi isenta de desafios. O corpete do vestido de festa foi, sem dúvida, uma das etapas mais difíceis, mas Vanessa entende que a prática é essencial para a evolução. “O negócio é praticar e não temer, porque se errar, é só fazer de novo!”, incentiva.
Com o aprendizado, surgiu um novo sonho: ajudar outras mulheres a descobrirem o poder da costura. “Gostaria de criar um canal para mostrar que costurar, mesmo com poucos recursos, é possível e nos faz sentir livres e capazes”, planeja. A costura, para Vanessa, é mais do que uma habilidade; é uma forma de transformação pessoal. “Nesta vida, precisamos temer apenas aquilo que não podemos controlar. Na costura, o controle é seu. Se errar, conserta. Se perder o tecido, paciência. Todo aprendizado tem erros, e a prática é o único caminho.”
A Escola de Costurar teve um impacto profundo em sua trajetória. A didática envolvente e a simpatia da fundadora, Diana Demarchi, foram diferenciais essenciais. “Diana se propõe, em uma aula de costura, a ser terapeuta, esposa, mãe e amiga da aluna que está assistindo. Ela é luz no mundo.” Vanessa também destaca o papel de Paulo de Almeida, sócio da escola, que inspira com sua visão empreendedora e apoio incondicional à esposa. “Com apoio, tudo fica mais fácil, em família e de forma divertida.”
Hoje, Vanessa segue aprimorando suas técnicas e busca inspiração para novos projetos. Sua história é um testemunho do poder da costura como ferramenta de superação e reinvenção. “Muito mais que costura, tecidos e moldes, o trabalho da Escola de Costurar tece novas histórias. E a minha é prova viva disso.”