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Você sabia que o melhor algodão do mundo é cultivado no Peru?

Por Paulo de Almeida

O Peru é um país com múltiplas características favoráveis ao mercado têxtil. Além das muitas fibras têxteis naturais de origem animal, como a lã de alpaca, a lã de vicunha, a lã de ovelha e de outros animais próprios de regiões altas, o Peru é um dos mais importantes produtores de algodão do mundo.

Quando pensamos em algodão de excelente qualidade, logo pensamos no algodão egípcio, não é mesmo?

Isso não está errado, pois o algodão produzido no Egito é considerado também o melhor algodão do mundo. Vamos explicar as diferenças e perceber que ambos são os melhores algodões, cada um à sua maneira.

Primeiramente, tanto o algodão egípcio (Egito) quanto o Pima e o Tangüis (Peru) são resultado da mesma planta com o nome científico Gossypium Barbadense, ou seja, são o mesmo tipo de algodão.

A diferença básica entre eles está na aplicação prática. O algodão egípcio é considerado o melhor do mundo para a produção de roupas de cama e banho, como lençóis, fronhas e toalhas. Já os algodões Pima e Tangüis são mais utilizados para a produção de roupas.

Entre os algodões de origem peruana, o mais conhecido e mais valorizado é o Pima. Então, fica uma dúvida: se são da mesma planta, por que essa diferença?

Quando se trata de produção agrícola, a localização geográfica e o clima local são fatores determinantes para que as espécies se desenvolvam de uma forma melhor ou pior. E no caso desses três tipos de algodão, é exatamente isso que ocorre. O clima mais propício para a produção do algodão Pima está na costa norte do Peru, na região de Piura.

Algodão Egípcio

Já o algodão egípcio tem seu melhor local para produção no delta do rio Nilo, mas atualmente o Egito já não produz muito algodão, e o Gossypium Barbadense é cultivado no Texas (EUA) e exportado como algodão egípcio, pois as condições climáticas e geográficas são favoráveis para o cultivo.

Já o menos conhecido algodão Tangüis, que também é Gossypium Barbadense, é cultivado ao sul de Lima, em outras condições climáticas que também são favoráveis para se obter um excelente algodão.

Fermin Tangüis Uncal

Fermin Tangüis
Fermin Tangüis

Aqui temos uma curiosidade muito bacana: o nome Tangüis foi dado pelos ingleses quando Fermin Tangüis Uncal levou o algodão para vender na Inglaterra. Fermin era porto-riquenho e deixou seu país para se aventurar e trabalhar com agricultura no Peru. Entre outros cultivos, Fermin dedicou-se muito ao algodão. Enfrentando inclusive uma crise muito grande por conta de uma praga que destruía o algodão, e nenhuma medida adiantava, o algodão continuava sofrendo severamente com o fungo chamado Fusarium wilt.

Enquanto todos os demais agricultores abandonaram o cultivo do algodão, Fermin foi persistente e estudou por anos uma forma de resolver o problema e, após 10 anos de muita dedicação e estudo, conseguiu chegar à semente que mudaria a história do algodão na região.

O algodão cultivado nessas regiões tem a incrível capacidade de resistir a pragas e não necessita do uso de pesticidas e herbicidas sintéticos, sobrevivendo de maneira natural.

As características que os tornam tão especiais estão ligadas à suavidade ao toque, durabilidade e resistência. São algodões com fibras naturalmente longas e finas.

Embora existam muitas características técnicas que diferenciam um algodão do outro, todos os tipos citados neste artigo são de máxima excelência e muito valorizados pela indústria têxtil.

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1 COMENTÁRIO

  1. 👏👏👏
    Super importante
    Adquirir esse conhecimento.
    Tenho estudado muito sobre o mercado têxtil.
    Parabéns pela matéria
    Paulo de Almeida.

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